Intervenção externa: solução para a omissão
TSE continua fazendo vista grossa para a vulnerabilidade das urnas eletrônicas. Outras instituições, como a OAB, idem. Parece que ninguém se importa com a possiblidade de fraudes nas próximas eleições para presidente. Ou, talvez, seja exatamente o que queiram. Talvez porque saibam ser a única maneira de manter o atual governo no poder.
As expectativas positivas em relação ao mais novo ministro do TSE, Marco Aurélio Mello, saíram pelo ralo: ficou o dito pelo não dito. Mais um exemplo de busca de auto-promoção via exposição na mídia.
Depois de explicações exaustivas em entrevista à imprensa braziliense sobre as fragilidades das urnas eletrônicas e os últimos resultados obtidos no Brennan Center, o desabafo de Amilcar Brunazo Filho em relação à parca (ou porca) nota publicada pelo TSE:
"Na entrevista falei bem claro que aquele rito de apresentação dos programas não era suficiente para que os partidos pudessem atestar a confiabilidade dos sistemas. Abordei o problema da falta de recursos dos partidos para uma auditoria tão cara. Falei da ineficiência deste tipo de análise. Comentei o recente Relatório Brennan, onde os maiores especialistas em segurança de informática do mundo não recomendam a análise de software e conferência de assinaturas digitais como formaconfiável de auditoria do sistema eleitoral. Comentei sobre o pedido conjunto do PT e do PDT de teste de penetração, até agora ignorado. Explicitamente citei a ausência de alguns programas para análise que eu havia solicitado um mês antes. Falei muito mais sobre todos os problemas que eu enxergava na apresentação dos sistemas.
Mas que decepção. No dia seguinte, 4 de julho, saiu publicado uma nota no TSE de maneira a dar a entender que tudo corre as mil maravilhas, que os partidos e a OAB tem total condição de análise. Nem uminha referência aos problemas que citei.
É realmente um problema a ser considerado: porque um tribunal superior tem tanta necessidade de esconder a verdade? De "dourar a pílula"? Se o sistema eleitoral é mesmo confiável, porque manipular as informações?"
Cada vez mais se evidencia a necessidade de se recorrer à supervisão e intervenção externas, de órgãos internacionais, de países que praticam a verdadeira democracia. Porque tudo indica que vamos ter fraudes nas eleições de 2006. E das grandes, à altura da corrupção que se assistiu no pior desgoverno que este país já teve!
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