Relatório Fernandes/Ita revela: mais de 35% das urnas-e de Alagoas geraram arquivos de log com erros
Em 23 de dezembro, o artigo publicado no site Brasil acima de tudo, intitulado "O Segredo Administrativo dos Registros Digitais dos Votos", de Amilcar Brunazo Filho, alertava para o comprometimento do funcionamento de uma parte das urnas-e em Alagoas nas últimas eleições de 2006, comprovado pelos arquivos de controle de eventos (LOG) gerados sem integridade e denunciava as dificuldades colocadas pelo TRE de Alagoas para abertura de processo.
Os resultados da análise do Relatório Fernandes/ITA estão agora publicados e disponíveis, onde o Prof. Clóvis Torres Fernandes, do ITA, analisa o funcionamento das urnas eletrônicas usadas no primeiro turno da eleição de Alagoas em 2006.
O referido relatório coloca em dúvida a confiabilidade do voto eletrônico no Brasil, pois demonstra que:
* Mais de 35% das urnas eletrônicas geraram arquivos de controle (logs) corrompidos ou incompletos;
* Desconsiderando aquelas que deixaram de registrar o evento obrigatório do auto-teste, ainda restam mais de 7% de urnas com funcionamento irregular;
* Há casos em que outros arquivos do sistema, como o de resultados e o de assinaturas digitais, foram alcançados pelos erros no funcionamento das urnas;
* Há diferença de mais de 20 mil votos entre o total oficial e o registrado nos arquivos de controle.
Considerando-se as premissas:
1. as urnas operaram de forma irregular;
2. outros tipos de arquivos foram alcançados pela perda de integridade no funcionamento do sistema;
3. o administrador eleitoral recusou fornecer os arquivos de votos digitais para auditoria externa independente;
4. há diferença entre os totais de votos registrados em duas fontes diferentes do mesmo sistema;
Conclui-se que é precipitada e pouco fundamentada a afirmação dos funcionários da secretaria de informática do TSE, de que o resultado da eleição Alagoas não teria sido afetado pelo mau funcionamento das urnas.Estudos preliminares sobre os arquivos de controles de urnas eletrônicas em outros Estados indicam que lá o ocorreu o mesmo problema ocorrido e encontrado nas urnas eletrônicas de Alagoas, embora ainda não tenha sido quantificado como já foi em Alagoas pelo prof. Clóvis Fernandes.
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